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Liderança na Velocidade de Ayrton Senna: Como Paixão, Presença e Diversão Moldam Líderes Excepcionais

Liderança na Velocidade de Ayrton Senna: Como Paixão, Presença e Diversão Moldam Líderes Excepcionais
Por Cristina Gomes

Se você é apaixonado por Fórmula 1, sabe que não há nada mais eletrizante do que assistir a Ayrton Senna em ação. Mais do que um piloto, ele era um mestre em transformar talento e paixão em resultados extraordinários. Mas você já parou para pensar no que o estilo de liderança de Senna pode ensinar para os desafios do mundo corporativo?

Como mentora de líderes e conselheira em grandes empresas, venho percebendo algo preocupante: o apagão de profissionais qualificados que o Fórum Econômico Mundial previu em 2021 já é realidade. Líderes estão sobrecarregados, perdendo conexão com suas equipes e, frequentemente, esquecendo de uma verdade básica: liderar é também um exercício de autoconhecimento, propósito e, pasmem, diversão. E quem nos dá uma aula sobre isso? Ayrton Senna.

Diversão: A Força Oculta na Liderança

Meu mentor, Tim Gallwey, autor de The Inner Game of Tennis, ensinava que a diversão é um elemento essencial para o aprendizado e o desempenho. E embora Senna não falasse explicitamente sobre isso, ele cultivava esse ambiente. Mesmo nos momentos mais tensos, como uma corrida decisiva, ele encontrava espaço para celebrar, sorrir e criar um ambiente leve com sua equipe.

No mundo corporativo, muitos líderes deixam de lado a diversão, acreditando que ela diminui a seriedade do trabalho. Senna nos mostra o oposto: a diversão é o que mantém a paixão viva. Líderes que encontram formas de tornar o trabalho significativo e prazeroso não apenas performam melhor, mas também inspiram suas equipes a entregar além do esperado.

Autoconhecimento: O Fundamento da Alta Performance

Senna tinha uma conexão única consigo mesmo, algo que ele chamava de “sentir o carro”. Ele dizia que, na chuva, era o momento em que ele mais se destacava, porque sentia o carro e a pista como uma extensão de si mesmo. Isso só é possível com autoconhecimento profundo.

Quantos líderes hoje podem dizer que “sentem” suas equipes e seus negócios? Estamos vivendo um cenário onde decisões são tomadas no automático, desconectadas de valores e propósitos.

Senna dizia: “Se existe alguém a quem devo algo, é a mim mesmo!” Essa frase resume o conceito de autorresponsabilidade. O líder precisa parar e se perguntar:

  • Estou vivendo de acordo com meus valores?
  • Estou presente no que faço?
  • Entendo o que me move e o que move minha equipe?

Essas perguntas não são apenas filosóficas; elas têm impacto direto nos resultados. Líderes que não conhecem a si mesmos acabam por repetir padrões ineficazes e esperam resultados diferentes.

Presença: Ser e Estar no Agora

Senna dizia: “Sou eu, o carro e a pista.” Na Fórmula 1, ele vivia no presente absoluto. Essa é uma das maiores lições que podemos levar para a liderança. Muitos líderes hoje estão distraídos, divididos entre demandas urgentes e objetivos futuros, mas desconectados do agora.

No mundo corporativo, presença significa mais do que estar fisicamente. É ouvir ativamente, participar com intenção e tomar decisões conscientes. Um líder presente inspira confiança e cria um ambiente onde sua equipe sente que importa.

Os Valores de Senna: O Norte que Todo Líder Precisa

Senna era regido por valores inegociáveis. Ele dizia: “Os valores que tenho na minha vida são mais fortes do que o desejo de qualquer pessoa de alterá-los.”

Líderes corporativos frequentemente enfrentam situações em que seus valores são testados. Senna nos lembra que valores sólidos não apenas guiam decisões, mas também constroem credibilidade. Um líder sem valores claros pode até atingir resultados de curto prazo, mas dificilmente deixará um legado.

O Coração e a Cabeça: Liderança com Emoção e Estratégia

O chefe da Toleman dizia que Senna tinha “cabeça e coração”. Ele combinava o rigor da estratégia com a paixão genuína pelo que fazia. Hoje, muitos líderes operam exclusivamente com a “cabeça”, deixando de lado o “coração”.

Senna nos ensina que uma liderança completa é aquela que equilibra razão e emoção. É saber quando ser analítico e quando deixar a intuição liderar.

Conclusão: Uma Jornada para Sentir, Viver e Inspirar

Senna acreditava que “ninguém vence sozinho”. Ele mostrava na prática que liderança é construir, inspirar e estar presente. Para os apaixonados por Fórmula 1 e executivos que buscam um novo olhar sobre liderança, o legado de Senna é um chamado para desacelerar, refletir e se reconectar com o que importa.

Seja no volante de um carro de corrida ou na liderança de uma organização, o sucesso está em sentir a jornada, viver com propósito e, acima de tudo, encontrar alegria no que se faz. Como Senna, líderes não apenas podem, mas devem fazer mais – por suas equipes, suas empresas e por si mesmos.

E você, está pronto para pilotar sua liderança na velocidade do Senna?