asasdh

Culturas

Hoje consigo somar alguns países por onde andei (quase 40), e gosto muito de observar e estudar as culturas pelos lugares que passo.

A lição mais importante que acredito ter aprendido foi “respeitar todas as culturas”, não me fechar apenas na minha, no meu jeito, nas minhas crenças. Acima de tudo, conhecer antes de julgar.

Vou citar alguns pequenos exemplos de culturas e alguns aprendizados que trago comigo:

Quando estive na China, confesso que fui surpreendida pelo acolhimento dos chineses. Aprendi que eles furam fila mesmo, mas só fazem isso se você deixar – a cultura deles é tentar, e se você fizer titubear, eles passam na sua frente mesmo, é a lei da sobrevivência em um país com tantas pessoas. No entanto, se você endurecer o ombro e não os deixar passar na sua frente, eles dão um passo atrás e não tentam novamente.

Aprendi a não implicar mais com as pessoas, tomo minhas atitudes a respeito do que estão me causando em vez de resmungar ou ficar ruminando sobre aquilo.

No Japão, aprendi o que é o ser “submissa” que todos falam. As mulheres realmente são tão submissas, que os maridos não conseguem nem sequer levantar o tom de voz com elas. Elas recebem em dobro o que fazem aos maridos e às pessoas; ou seja, “o equilíbrio traz o equilíbrio”.

Aprendi que devemos tratar as pessoas como gostaríamos de ser tratados e isso tem efeito bumerangue.

Além disso, todos os japoneses são extremamente humildes, uma humildade que vai além de tudo que já conheci. Digamos, ame ao próximo como a ti mesmo.

Na Austrália fiquei impressionada (me impressiono em todos os lugares) com a jovialidade das pessoas. Todos são jovens, tanto no sentido real quanto figurado da palavra – a juventude contagia a todos e, cá entre nós, parece que o portão de pessoas lindas foi aberto lá e todos desceram lá. A jovialidade faz com que as pessoas fiquem bonitas, felizes, independentemente da idade cronológica que tenham. Na Austrália, a idade biológica é a que predomina.

No México, é INCRÍVEL a força de vontade que eles têm. Parece que eles dormem fortes, tomam uma poção de força durante o sono e acordam mais fortes ainda. Em comparação aos preços e aos salários do mundo, os valores do México, para nós brasileiros, é bem baixo. O salário mínimo é bem baixo e a maioria dos funcionários que trabalham nos resorts parece ganhar uma fábula de tanta força de vontade que eles têm para fazer cada dia melhor para nós “visitantes”, apesar do baixo salário.

Aprendi que, independentemente de estar ganhando ou fazendo aquilo que deseja, temos que dar o nosso máximo. Podemos até não chegar aonde queremos, mas certamente podemos passar melhor a etapa.

Uma das últimas e mais recentes experiências que tive foi na Alemanha, onde não conhecia. Estava fazendo um tour pela França e atravessei de Strasbourger para Alemanha, atravessei praticamente a pé e, passando a fronteira França/Alemanha, eles não falavam mais nenhum merci como língua francesa. Fiquei impressionada como, em 5 km mudou tudo – língua, costumes, culinária… tudo! Até eu quase virei alemã de tão forte que é a cultura. Incrível o respeito e a disciplina que eles têm pela própria cultura; eles amam e acreditam naquele país absurdamente (quem dera se nós, brasileiros, amássemos e acreditássemos no Brasil 1/3 da mesma maneira que eles – somente isso que consegui pensar lá a respeito do Brasil).

No mais, eles são fortes, simpáticos, alegres e DISCIPLINADOS, sem serem chatos, consegui observar nos olhos deles o amor à liberdade e a necessidade de mostrar que a Alemanha é livre.

Tendo meu maior valor como liberdade, nem preciso dizer que me apaixonei por esta cultura.

A minha experiência de morar na França não foi diferente do que eu já conhecia da cultura como turista, apenas convivi mais e consegui viver algumas coisas novas como, por exemplo, ir à padaria pela manhã comprar uma baquete sem embalagem e trazer embaixo do braço – nunca acreditei que faria isso. O que me impressiona na cultura da França é a higiene, eles pegam tudo com a mão, colocam nas bolsas sem embalagens e não ficam doentes (não têm virose!). Será que somos além da conta com higiene no Brasil e por isso temos tanta virose?

Outra coisa que observei foi a simplicidade no modo de se vestir – eles são elegantes, sim, mas apenas no inverno, pois colocam aqueles casacos com cachecol (o que deixa qualquer pessoa mais elegante), mas, por baixo, as roupas são simples – eles se vestem para ficar confortáveis e não para impressionar as pessoas.

O que eu não tinha observado como turista (ou melhor, o que eu não tinha observado muito como turista) foi a quantidade de crianças que tem na França. É certo que eles recebem ajuda do governo para criar filhos; se você tem renda menor de 1.000 euros, você recebe um salário por criança, escola e plano de saúde grátis, mas os casais que tive contato tinham de 3 a 4 filhos e não recebiam ajuda do governo porque tinham salários bons. Os franceses realmente gostam de crianças.

Somando esses três pontos, dentre vários que observei, aprendi a ter mais opinião e me importar menos ainda com o que as pessoas pensam de mim.

Podemos pegar um pouco de cada cultura e inserir na nossa cultura, nas nossas crenças. Renovar, diferenciar, transformar, mudar ou ficar do jeito que está. Não precisamos viajar apenas para países diferentes – muitas vezes, a cultura já é diferente na cidade vizinha, e ainda mais no nosso imenso Brasil, com tantas culturas diferentes para explorar.

Eu sei dizer que o melhor lugar do mundo é meu país, minha cidade, minha casa, mas que é muito interessante aprender culturas novas, extrair o que tem de bom, aprender, respeitar e, principalmente, aproveitar. É fascinante.

 

Cristina Gomes

Sem comentários
Postar um comentário