Direto ao ponto
Por ser objetiva, uma das coisas que eu gosto muito do profissionalismo dos europeus é a objetividade.
O sim é sim, o não é não (sem rodeios), o ir é ir, o não ir é não ir.
Dia desses viajando uma longa distância de trem, eu tinha um bilhete onde não marcava assento (coisa rara por aqui), escolhi um assento bem localizado, de repente um senhor parou ao meu lado e me disse que aquele assento era dele e que ele tinha reservado a dias, eu conferi o bilhete dele, era mesmo, saí e me desculpei, ele se sentou sem olhar na minha cara. Confesso que no primeiro momento me irritei, mas imediatamente vi que é assim, direto ao ponto, não pediu desculpas, não me enrolou e nem fez “a linha simpática”. Ele não precisava ser meu amigo, ele apenas queria o assento dele e ponto! Não demorou nem 30 segundos.
Acredito que ser objetivo cansa menos, o problema está em quem recebe essa objetividade, às vezes julgando e querendo um pouco de confete. Aí lhe pergunto: Pra quê? E ouço dizer que o maior problema do mundo é “tempo” ninguém tem tempo para nada, não é?
As ligações de telefone aqui, no início me assustaram, é mais ou menos assim:
– Alô, aqui é Cristina da Asas, como vai você?
– Bem, obrigado
– ….assunto (objetivo) sobre o motivo da ligação
– Tchau (as vezes nem tchau)
Por que que acredito que cansa menos? Cansa menos em um feedback, cansa menos em ter que explicar por que vou, por que não vou, por que quero, por que não quero.
Repetindo e, estatisticamente falando, um dos maiores problemas que encontramos atualmente é falta de tempo e comunicação, penso que se fossemos mais objetivos e principalmente aceitássemos a objetividade, isso ia ser amenizado.
Melhor ser objetivo do que dar voltas e não falar nada, melhor aceitar um feedback sem dar voltas, do que se fechar para tal.
Penso que o mais importante na objetividade é não julgamento. O julgamento nos toma tempo e não nos faz aceitar a visão externa de nós, que é a mais importante. Julgamos por que a pessoa falou daquele jeito e cansamos nossa mente com ideias que não valem nada.
Junto com o julgamento existe o ego. Isso é bom? É ! desde que esteja ligado aos nossos valores. Se damos valor aquele julgamento que estamos tendo através do nosso ego, isso é positivo, caso contrário é apenas cansaço para nosso dia a dia.
Uso meu possível julgamento me perguntando: o que a objetividade dessa pessoa vai me causar? Garanto que 99% das minhas respostas foram “me ajudar”. Me ajudar a ser mais rápida, mais simples e esvaziar a sujeira mental, ou seja, vamos direto ao ponto.
Cristina Gomes