Doença nas empresas

Dizem que as empresas estão doentes no quesito humano. Penso que as pessoas estão adoecendo as empresas e não as empresas as pessoas.

Quando integramos em uma empresa, sabemos exatamente qual é o nosso papel Sim, sabemos exatamente qual é nosso papel, pois mesmo que isso não seja nos passado claramente, sabemos para que entramos na empresa, que é para ser melhor do que já somos, este é nosso papel.

Somos responsáveis por dar o melhor que temos, afinal ganhamos para isso não é? E na maioria das vezes esperamos a empresa fazer o que queremos e não fazer o que a empresa precisa.

Nos contaminamos com o ambiente, invés de contaminar o ambiente.

Faça diferente, faça um caminho inverso, não espere da empresa com você, faça você o que a empresa precisa.

Você já parou para pensar quais são seus recursos mais poderosos?

Se parar e pensar honestamente, vai descobrir que seu maior recurso é natural. Força de vontade, disciplina, auto controle, vontade, educação, respeito, não julgamento, são recursos naturais.

O primeiro passo para liderança, é se liderar primeiro. Queira ser liderado pela pessoa que você vê todos os dias no espelho pela manhã e não leve a doença humana para as empresas, leve você, leve o que você acredita, com seu recurso mais puro e poderoso, não adoeça pelo o que você não acredita.

 

Vida

Vida

Fui convencida a ler o livro “A culpa é das estrelas”. Confesso que li por não ter outra opção no lugar que estava viajando – apenas coloquei este livro na mala e nada de livros digitais disponíveis. Comecei e fui lendo até um pouco mais de ¼ do livro sem nenhuma perspectiva, e achando um livrinho de uma vida que conheço várias histórias melhores. Na última parte do livro, fui estrangulada por uma surpresa que me fez pensar como damos importância às pessoas que nos cercam. Sofremos, às vezes, mais pelas pessoas que nos cercam do que por nós mesmos.

Certo dia, um grande professor me disse: “Quanto mais eu estudo, mais eu descubro que temos que melhorar para melhorar o relacionamento com as pessoas a nossa volta, ou seja, melhoramos para melhorar as pessoas”.

Ele falou sério!

Voltando ao título do artigo – Vida –, o que é vida na sua concepção? Por que você vive? Por que vivemos? Por que acordamos dia após dia? Por que pessoas morrem sem cumprir sua missão? Por que pessoas morrem? Vida e morte estão ligadas?

Sempre que me deparo com alguma situação da vida que me estressa, eu me pergunto: o que uma pessoa doente no seu leito de morte faria no meu lugar? Ou então: se eu estivesse com uma doença grave, o que eu faria?

Tenho alguns casos para me espelhar.

 

Será que vivemos para fazer pessoas viverem?

Qual mãe ou pai daria a vida por um filho?

 

Independentemente de todas as respostas, hoje acredito que este livro, “A culpa é das estrelas”, me fez refletir muitos aspectos.

1-      Acreditar ainda mais que a “historinha simples” é a grande história

2-      Que vivemos por alguém além nós

3-      Que vivemos por desafios

4-      Que temos que aceitar e PONTO!

 

VIDA é o maior bem que nos foi concedido, e nos foi concedido por pai e mãe, independentemente se conhecemos ou não. Fomos concebidos para sermos os melhores, os maiores! E por que seremos pequenos?

 

Viva para você, para o próximo, e não se apegue ao hábito do automático, pense que você tem o que é mais precioso: a VIDA, e que milhares de pessoas precisam de você. Já que você precisa ser melhor para melhorar as pessoas, seja da melhor forma.

 

Para encerrar, o que mais me estrangulou foi a última frase do livro: EU ACEITO!

 

“Seja a mudança que você quer ver no mundo”. [Gandhi]

Cristina Gomes 

Não deixe o vírus da crise se instalar na sua cabeça!

Não deixe o vírus da crise se instalar na sua cabeça!

Há muito anos, uma grande amiga falou uma frase que nunca saiu da minha cabeça: “Antes de tirar uma pessoa da favela, tire a favela da cabeça dela.” Esta semana, vendo as manchetes dos jornais, vendo os comentários de amigos, as publicações no Facebook, pensei… “Meu Deus, a crise está entrando na cabeça das pessoas”.

Os riscos da instalação do vírus da crise na sua cabeça são enormes. Você pode deixar de acreditar. Você pode deixar de levar suas ideias adiante. Você pode adiar seu sonho, sua realização para outro momento. Você pode perder o pique e ficar abatido.

Não deixar o vírus da crise se instalar na sua cabeça não é fazer de conta que nada está acontecendo. É agir para não se deixar ser contagiado por ela. É não deixar de levar suas ideias adiante. É não parar de fazer aquilo que você acredita. É não adiar seu sonho para outro momento.

E o que fazer?

1)Evite pessoas que já estão contaminadas.
Imagine a crise como se fosse uma gripe. Você iria para um lugar cheio de pessoas gripadas? Essas pessoas vão querer paralisar você.

2) Não alimente. Não alimente o cachorro mau. Quando colocamos atenção em qualquer coisa, ela tende a se expandir. Ficar compartilhando coisas sobre a crise piora mais ainda.

3) Pense na crise como uma oportunidade de fazer algo novo. É uma oportunidade de sair da zona de conforto. Tirar a bunda da cadeira. Tocar a velha ideia guardada há anos.

4) Reinvente-se. Crie um produto novo. Crie um processo mais fácil, mais barato, de fazer uma determinada coisa. Transforme o que você faz em algo muito mais interessante e relevante para as pessoas.

5) Busque oportunidades. Talvez seja a hora de vender mais bicicletas para evitar o carro, gastar menos dinheiro com gasolina. Criar janelas inteligentes, que deixem menos calor entrar na casa, precisando de menos ar-condicionado e gastando menos na conta de energia. Vender pratos de comida alternativa. Usando ingredientes menos afetados pela alta dos preços.

É fundamental não se deixar ser levado pelo pensamento comum. Pelas conversas que não levam a nada. Pelos comentários que afetem o seu astral. Não se deixe ser contaminado pelo vírus da crise. É muito mais difícil ser descontaminado depois. Mesmo quando a crise passar, as pessoas que se deixaram contaminar vão ficar com sequelas. Pior: vão perder um tempo no qual poderiam estar fazendo algo interessante.

Lembre-se: você é responsável pela sua energia, sua motivação, sua capacidade de saber aproveitar cada momento de sua vida, e não o governo, a mídia, ou qualquer pessoa. Assuma a sua responsabilidade de criar a vida que você quer.

Comece!

Um grande abraço, de quem quase foi contaminado pelo vírus da crise, mas já estou reagindo, e você?

ANÍBAL VIEGAS

Afinal, o que são valores?

“Todas as grandes coisas são simples. E muitas podem ser expressas numa só palavra: liberdade; justiça; honra; dever; piedade; esperança.”
(Winston Churchill)

afinal-o-que-sao-valores

Como uma premissa do Coaching, começo com uma pergunta: Afinal, o que são valores? Como exatamente você determina os seus? Em essência: O que é de fato importante para você? Será que nós sabemos mesmo responder a estas perguntas?

Simplificando: Quanto ou o que, daquilo que faz parte da nossa vida diária, nos define como pessoa? Quando um cliente, corporativo ou não, se decide por contratar um Coach, não está em busca de melhores respostas (para isso contrataria um mentor, consultor, entre outros), mas está à procura de melhores perguntas!

E as melhores perguntas normalmente estão dormindo lá no fundo de nós mesmos, muitas vezes muito confortavelmente acomodadas e enroladas no cobertor de nossos valores.

Alguns dirão: as empresas não querem saber disso, elas contratam Coaches para atingir metas pragmáticas! Sim, é claro que quando se investe dinheiro em um profissional de Coaching (ou em qualquer outro profissional), espera-se ter um retorno do investimento palpável e considerável. Estou completamente de acordo.

No entanto, resultados práticos e rápidos podem ser uma excelente solução de curto ou curtíssimo prazo. Focar somente na meta esperada é uma maneira, no meu entender, simplista de encarar ao Coaching.

Será somente isso que as empresas (ou os clientes particulares de Coaching) esperam?

Acredito em desenvolver pessoas, não do meu jeito, mas do jeito delas. Ou seja, entender como elas funcionam, o que as move, o que as faz levantar da cama “com todo o gás” pela manha ou não ter a mínima vontade de sair dela.

Acredito no Coaching abordado de dentro para fora, todo o resto vira uma consequência natural. Obviamente não é aceitável perder o foco na meta, não, ela sempre estará lá, mas a maneira de trabalhá-la pode ser mais generativa.

Existem diferentes níveis de Coaching: o primeiro é o comportamental, importante mas não suficiente, ele pode funcionar muito bem relativo a uma tarefa especifica, e nada mais. O segundo nível, o estratégico, diz respeito a uma perspectiva maior do que um objetivo especifico. Ligado a este, mas diria que um nível acima, está o Coaching transformacional. (Gosto de acreditar que é este que eu ofereço e esta crença minha se sustentam pelos feedbacks que recebo de meus clientes).

Este tipo de Coaching diz respeito a ajudar a pessoa a ser a melhor versão dela mesma, e isso começa por trazer à consciência os seus valores mais arraigados.

É mais difícil? Não para o cliente, (é muito mais fácil e prazeroso). Para o Coach… é um desafio a mais, e extremamente mais satisfatório também. Porque a vida acontece aqui e agora, e todos nos queremos fazer e ter o melhor que podemos, não em algum lugar do futuro, mas no momento presente.

Como podemos fazer isso? Vivendo em congruência com os nossos valores!

Agora imagine se te concedessem o privilegio de visitar o futuro e, uma vez lá, pudesse olhar para este dia de hoje e mudar o que não foi feito da melhor maneira?

O que você mudaria?

E se ao chegar lá, no futuro, você não tiver a possibilidade de voltar ao passado e “consertar” as coisas? O que quer fazer de diferente?

Hoje? Agora?

 

Andrea Lages 

As lições de Walt Disney para transformar sonhos em realidade

Exigente e ousado, o empreendedor contou com a ajuda de administradores para levar a empresa ao sucesso sustentável.

Por Marcelo Nakagawa

walt-disney

 Se Walt Disney administrasse o seu negócio, provavelmente ele já teria quebrado! Walt Disney foi um grande empreendedor, mas era um péssimo gestor de empresas. É reconhecido como um grande desenhista, mas não desenhava muito bem. “Nunca desenhei algo de que realmente tivesse gostado”, disse certa vez. Mas como ele entrou para a história como um dos maiores empreendedores de todos os tempos? A partir de lições simples, que qualquer líder pode aplicar em seu negócio.

Como são ensinamentos sutis, é difícil consolidá-los. A seguir, apresento as lições de Walt Disney que podem ser seguidas por qualquer empreendedor que queira tornar seus sonhos realidade.

1. Sonhe grande e sonhe sempre
“Se você tem um sonho, pode transformá-lo em realidade. Sempre se lembre de que tudo isso começou com um sonho e um rato”, disse Disney. Muitos empreendedores não sonham grande, e outros têm até medo de fazê-lo. É nesse momento em que o sonho se vai, e fica apenas o rato. “Todos os nossos sonhos poderão ser tornar realidade se houver a coragem de querer realizá-los”, afirmou o criador do Mickey. “E a forma de começar é parar de falar e começar a fazer.”

 

2. Seja persistente
“Eu acredito que não haja uma altura que não possa ser escalada por alguém que conheça o segredo de tornar sonhos realidade. Esse segredo é resumido em quatro Cs: curiosidade, coragem, confiança e constância. O mais importante é a confiança. Quando acreditar em algo, acredite com todas as suas forças!”, disse. Poucos sabem, mas a primeira empresa de Disney, a Laugh-O-Gram, faliu a ponto de ele mudar de cidade para fugir das dívidas. A falta de dinheiro era tanta que Disney procurava comida em latas de lixo, dormia de favor e tomava banho uma vez por semana na estação de trem. Mas tudo isso não o impediu de criar um novo estúdio em Los Angeles, para onde se mudou. “Todos caem. Dar a volta por cima é aprender a andar novamente.”

 

3. Não traia o seu sonho, mesmo que vire um pesadelo
Disney enfrentou muitas dificuldades. Mas nada o marcou tanto quanto a perda dos direitos do seu primeiro personagem de sucesso, Oswald, o Coelho Sortudo, e de parte da sua equipe, que o abandonou. Na viagem em que recebeu essa notícia, entre Nova York e Los Angeles, jurou para a esposa que trabalharia por conta própria e começou a dar vida a um novo personagem. Era um ratinho esperto, que ele chamou de Mortimer. Mas sua esposa disse que Mickey soava melhor… “Todas as adversidades que tive na vida, todos os problemas e obstáculos me fortaleceram. Você não entende quando isso acontece, mas um chute no dente pode ser a melhor coisa do mundo.”

 

4. Tenha o empreendedor e o administrador
Não raro, o empreendedor é a estrela que brilha na empresa. É o criativo. É o que traz resultados. Mas é preciso ter a pessoa que paga a conta da energia para a estrela brilhar. Que transforma criatividade em realidade, e garante que a realidade se torne, de fato, resultados duradouros, e não a simples explosão de uma estrela. “Eu tive a sorte de ter um grande irmão. Ele ainda está comigo. E eu ainda o amo. Eu brigo com ele. Às vezes, acho que ele é o sujeito mais burro que encontrei na vida. Mas não sei o que faria sem ele, que é o presidente da empresa. Nós começamos o negócio em 1923 e, se não fosse pelo meu irmão, eu teria sido preso várias vezes por cheques sem fundos. Eu nunca sabia o que tinha no banco. Ele me trouxe foco e disciplina.” Todos os grandes empreendedores, sem exceção, tiveram um Roy Disney, o irmão a que se refere Walt Disney nessa passagem.

 

5. Tenha os convidados, os membros do elenco e o show
Essa percepção consolidou-se com a Disneyland. Nos parques da Disney, não há clientes, consumidores ou usuários. “Os visitantes são nossos convidados.” E devem ser sempre tratados como convidados. Também não há empregados, funcionários ou colaboradores. Todos, do diretor ao pipoqueiro, passando pelos responsáveis pela limpeza, são chamados de membros do elenco. São atores que exercem um papel em um show. E o show é a única palavra de deve ilustrar a experiência vivida pelo convidado quando interage com um produto ou serviço Disney.

 

6. Trate os clientes como seus convidados
O convidado primário é a criança, e o secundário são os pais. Todo membro do elenco da Disney sabe a ordem dos valores e das prioridades: primeiro vem a segurança, em seguida, a cortesia, depois o show (qualidade do produto/ serviço) e, por fim, a eficiência. Por isso, os colaboradores têm liberdade para agir da forma que julgarem mais conveniente. “Não é difícil tomar decisões quando você sabe quais são seus valores” – dizia Roy Disney. Mas Walt Disney sabia que o seu convidado será sempre a criança: “Eu não faço filmes prioritariamente para crianças. Eu os faço para a criança que está em todos nós, não importando se estamos com 6 ou 60 anos de idade.”

 

7. Seus colaboradores são membros de um elenco
Disney sempre se preocupou com as condições de trabalho que oferecia à sua equipe. Móveis ergonomicamente pensados, construções elegantemente integradas às atividades do negócio. Mas, desde o primeiro momento como empreendedor, sabia da importância de ter os membros corretos do elenco nos papéis principais para contar uma grande estória. Roy Disney, por exemplo, cuidava da gestão dos negócios; Ub Iwerks liderava a equipe de desenho; e Herman Kamen cuidou do licenciamento da marca, tornando a Disney uma marca global. “Você pode desenhar, criar e construir o local mais maravilhoso do mundo. Mas são as pessoas que transformam os sonhos em realidade”, disse Walt Disney. “Eu tenho uma organização em que as pessoas são realmente especialistas. Elas precisam estar todas juntas, e essa é a minha função.”

 

8. Seu produto (ou serviço) deve ser (sempre) um show
Walt Disney soube sofisticar com sutileza o seu show. “Nós sempre nos guiamos pela ideia básica de que na descoberta do conhecimento deve haver uma grande diversão. Da mesma forma, em todo bom entretenimento deve haver alguma semente de sabedoria, humanidade ou iluminação a ser ganha.” Por essa razão, suas mensagens se tornaram universais e eternas e continuam a conquistar crianças de todas as idades e de todas as partes do mundo.

 

9. O show sempre pode ser melhorado
Uma das partes mais polêmicas da trajetória de Disney era sua obsessão por sempre querer fazer melhor, mesmo que isso não fosse lucrativo, que fosse arriscado demais, que todos fossem contra e que a sua equipe se esgotasse. Disney não ficava satisfeito. Quando tudo era preto e branco, ele produziu desenhos coloridos, mesmo que custassem mais caro. Quando os desenhos eram mudos, ele incluiu sons, mesmo que não houvesse uma tecnologia consolidada para isso. Quando todos produziam desenhos para crianças, Disney queria atingir pessoas de todas as idades, mesmo que os críticos achassem que era irracional uma flor cantar ou uma árvore dançar. Quando todos os parques estavam indo à falência, Disney queria criar o parque mais caro do mundo. “Mesmo quando dou um passeio, estou sempre pensando sobre o que está errado com as coisas e como poderiam ser melhoradas.” Por isso, conversava com todos para receber sugestões de melhorias. “Você nunca sabe de onde a próxima grande ideia virá.”

 

10. Seu show começa na sua casa 
A preocupação em oferecer entretenimento com sabedoria para as famílias começava com suas próprias filhas e esposa. Disney sempre se orgulhou de ser um pai presente e apaixonado, que protegia suas filhas da sua enorme fama. Foi só aos 6 anos que a sua primeira filha, Diane, se deu conta de que seu pai era “o” Walt Disney. Naquele momento, ela pediu um autógrafo ao pai… “Um homem jamais deve negligenciar sua família em favor do seu negócio.”

 

Fonte: Revista pequenas empresas &  grandes negócios

FOCO, COM ANÍBAL VIEGAS

Há alguns anos, venho trabalhando em um projeto de desenvolvimento das competências criatividade e inovação, em duas grandes empresas na região sudeste. Durante 1 ano, este projeto estava bastante intenso, o que tornava necessário viajar para essa região todas as semanas.

Uma “corrida” de táxi da minha casa até o aeroporto custa em torno de R$ 75,00. Durante um bom tempo, nesse período, eu usava o serviço de um taxista (vamos chama-lo de “Seu Manolo”). Com minhas constantes viagens, Seu Manolo faturava, em média, R$ 600 por mês. O seu táxi era um carro novo, espaçoso, com ar-condicionado que simulava as temperaturas glacias. Tudo que eu gosto em um táxi. Mas Seu Manolo tinha um problema: volta e meia, ele atrasava. Tanto para me levar ao aeroporto quanto no meu retorno de viagem – muitas vezes, exausto; louco para chegar em casa.

Depois de questionar o motivo dos atrasos recorrentes, ele falou que sempre que estava indo me buscar, aparecia uma oportunidade de “corrida” e, como um prestador de serviço, não podia negar.
Resumindo, os atrasos, algumas vezes, eram causados por alguém que aparecia no caminho. Segundo ele, calculava o tempo, e via que “era possível”. No entanto, isso passou a causar uma ansiedade (desnecessária) em mim. Resultado: deixei de usar os serviços de Seu Manolo. Ele perdeu um faturamento regular de R$ 600.

Seu Manolo não fazia isso por maldade. Não fazia isso porque queria perder o negócio. Ele fazia isso porque, assim como tantos outros prestadores de serviço, ele está vulnerável a qualquer “oportunidade”. Quem nunca foi abandonado pelo pedreiro, pintor ou marceneiro?

Seu Manolo e outros profissionais sofrem de falta de foco. Eles acham que tudo é oportunidade, e acabam perdendo outros pontos mais importantes: credibilidade, confiança, clientes, renda etc.

O pior é que existem vários “Manolos” por aí. Em todas as áreas. Eles agem como “birutas” e mudam de direção o tempo todo. Acham que cada venda é uma oportunidade de mudar de direção. Essas pessoas perdem o foco com a maior facilidade; fazem de tudo, mas acabam não tendo os resultados que poderiam ter.

A semana passada falei sobre Começar. No entanto, não adianta começar se você não mantiver o FOCO. Esta semana o meu foco será “foco”. De acordo com alguns estudiosos, este é um dos grandes problemas do século 21.

Atualmente, atuando como coach, trabalhar a falta de foco dos meus clientes tem sido uma das maiores demandas. Há muitas pessoas perdendo tempo, dinheiro e coisas importantes na vida pela falta de foco.

Eu mesmo já perdi muitas oportunidades interessantes por não saber manter o foco no que realmente é importante. Nos últimos anos, tenho investido muito para manter o foco. Tenho aprendido que o que parecer ser uma “oportunidade”, na realidade, pode ser uma grande distração. E essas distrações são os maiores inimigos do foco.

Você acha que falta de foco é um problema? Que muitas pessoas estão desfocadas? O que faz você acreditar nisso?

Tempos atrás, quando eu era criança, escutei uma história de uma mãe que pede à criança para levar o almoço para o pai, que estava trabalhando em lugar um pouco distante. Ao sair para levar o almoço quentinho, a criança viu uma borboleta linda, bastante colorida, que rodopiava no ar. Encantada com aquilo, ela seguiu a borboleta e esqueceu-se de levar o almoço do pai, o qual, por sua vez, ficou com fome e a mãe ficou sem saber de nada.

Já falei das pessoas que perdem foco com facilidade. Deixando o que é importante de lado. Perdendo grandes oportunidades. Não concluindo seus projetos, não avançando na vida.

Há 7 anos, aprendi com um dos meus mentores, Marcos Wunderlich, do instituto Holos, que as pessoas podem ter um comportamento focado ou desfocado. O focado assume responsabilidade, sabe o que quer, coopera, tem clareza na comunicação. Enquanto o desfocado justifica, põe a culpa nos outros, compete de maneira desleal, alimenta fofocas, não mantém uma comunicação clara.

A pessoa desfocada segue todas as borboletas que aparecem. Perde-se no caminho; alimenta comportamentos destrutivos; tem ações dispersas. No final de cada dia, apesar de ter feito muitas coisas, tem a sensação de que não fez nada. O pior é: realmente não fez… e tenta encontrar uma desculpa ou um culpado para justificar.

Então você pode dizer: Ok, Aníbal e o que eu faço para me tornar uma pessoa mais focada? Bom, primeiramente, é preciso ter consciência de quais são as borboletas que podem surgir no seu dia a dia. Atualmente, temos várias borboletas comuns a muitas pessoas: celular, aplicativos de comunicação, rede social, internet, notícias sensacionalistas da mídia, fofocas, dentre outras.

Entender o que nos faz perder o foco é o começo desta jornada. Saber quais são as nossas “borboletas” que desviam a nossa atenção é o primeiro passo para saber como não se deixar ser seduzido por elas. Além disso, há outras situações que também podem ajudar a perder o foco. No entanto, deixarei isso para a próxima conversa, pois não quero que nenhuma “borboleta” desvie sua atenção agora, já que o texto está ficando longo.

Alguma borboleta já está batendo as asas perto de você neste momento?

Preste atenção no que você presta atenção.

Em 2005, eu comprei um Citroën C3. Na época, um carro difícil de se ver nas ruas… Até o dia que eu comprei. Depois que passei a dirigir o carro que havia acabado de comprar, parece que todo mundo tinha tomado a mesma decisão. O carro estava em todos os lugares, inclusive no meu próprio prédio: descobri que dois vizinhos já tinham o carro há algum tempo.

Em 2010, outra coisa interessante me chamou a atenção. Minha esposa estava grávida e, quanto mais sua barriga crescia, mas grávidas começaram a aparecer na rua. Parecia que todas as mulheres resolveram engravidar naquele ano.

Essas duas histórias mostram que determinadas situações passam a existir com mais frequência na nossa vida quando passamos a prestar a atenção, a focar naquele determinado assunto ou aspecto de vida. A realidade está aí. Milhões de realidades estão acontecendo neste momento. Nossa vida vai ser direcionada por aquilo que prestamos atenção.

“Preste atenção naquilo que você presta atenção” é uma frase que cunhei há alguns anos e que normalmente uso nas minhas palestras e treinamentos. Gosto de enfatizar isso, porque a nossa realidade vai ser guiada por aquilo que colocamos atenção.

Colocar a atenção sobre qualquer coisa faz com que ela cresça, apareça mais, passa fazer parte da nossa realidade. Prestar atenção naquilo que prestamos atenção é uma forma de descobrir como estamos focando a nossa vida. Estamos prestando mais atenção em coisas positivas ou negativas? Aos nossos pontos fortes ou nossas fraquezas? Estamos valorizando o que já temos ou aquilo que ainda não temos? Estamos dando atenção às pessoas boas ou gastando energia com aquelas que são tóxicas?

Muitas vezes, a nossa atenção está sendo ancorada em um fato, uma situação. Nas duas histórias que contei, o carro novo e a gravidez estavam ancorando a minha atenção, o meu foco, e fazendo prestar atenção em um determinado aspecto da vida que até então era invisível. Descobrir o que está ancorando nossa atenção vai permitir que você escolha o que pode prestar atenção.

Já ouvi falar que nós somos aquilo que comemos. Vou arriscar aqui e dizer: nós somos aquilo que colocamos nossa atenção. Aquilo que focamos. Quer mudar, mude o foco. Tony Robbins, o mais famoso guru de autoajuda e desenvolvimento humano, costuma dizer: the energy flows where our focus flow; em uma tradução livre, poderíamos dizer que “a energia vai para onde nós colocamos o nosso foco”. Logo, veja para onde você está colocando a sua energia.

Menos é Melhor

Olá, estamos na quarta parte da série Foco. Na primeira parte, falei sobre a perda de foco, desvios do caminho por causa das “oportunidades” que, muitas vezes, servem apenas para desviar o caminho do que é realmente importante. Na segunda parte, falei das “borboletas”, as distrações que nos fazem perder o foco no dia a dia. Na terceira parte, abordamos o tema: “preste atenção no que você presta atenção”. Hoje vamos falar sobre “MENOS”. Menos? Isso mesmo: menos. Menos é melhor.

Há alguns meses, encontrei uma ex-aluna em um evento (vou chamá-la aqui de Rosa). Rosa começou a contar sobre sua trajetória profissional; disso que já havia saído do último emprego e que estava querendo mudar de área e se reposicionar no mercado. Comentei que muita gente está fazendo isso e que, no momento, eu estava ajudando, como coach, três profissionais nesta mesma situação. Ela começou a listar tudo que estava fazendo: curso de inglês, curso avançado de Excel, MBA em finanças, curso na área de gestão, outro curso no Sebrae, alguma coisa na área de logística e outras que minha memória temporária resolveu não passar para permanente. No final da sua (longa) lista, ela perguntou o que eu recomendava que ela pudesse fazer mais. Eu parei, respirei, apliquei a técnica do STOP (que aprendi com o meu mentor Tim Gallwey) olhei para ela e disse: MENOS! Os olhos dela cresceram, uma grande interrogação parecia se desenhar na testa dela. Em seguida, perguntou: como assim?

A história de Rosa é muito comum. As pessoas têm a ideia equivocada de que é necessário acrescentar compromissos o tempo todo nas suas vidas. Nada contra aprender coisas novas, faço isso o tempo todo. Além de nos atualizar, isso mantém nosso cérebro em forma. A questão toda é a quantidade de assuntos que temos que prestar atenção ao mesmo tempo.

Dizer menos significa acabar com a impressão de que mais é melhor. Muitas vezes, mais é um problema; torna a nossa vida complicada; rouba a nossa energia, atenção, o nosso foco.

Imagine tantos cursos ao mesmo tempo, além de ficar procurando outro emprego na área. O que Rosa estava fazendo não é culpa dela. É um pensamento instalado na sociedade de que MAIS é sempre bom. Buscar por mais compromissos, mais bens, mais coisas para fazer é o primeiro sinal de uma falta de foco.

Os profissionais de sucesso que conheço estão focados em poucas atividades. Pode parecer que têm muitos compromissos, mas quando olhamos com uma lupa, vemos que eles estão fazendo tudo direcionado a um único ponto.

Ao contrário do que dizem, o nosso cérebro é limitado. Ele tem um limite do que pode ser feito por vez. Um limite de dados que pode absorver de forma consciente. Por isso, focar em poucas coisas é importante, gera mais resultado que assumir muitos compromissos, cada um levando para uma direção diferente.

Menos é melhor quando se quer obter um resultado rápido, quando se que avançar em determinada área da vida. Menos é melhor para se fazer as coisas de forma mais consciente, para tomar melhores decisões, para aproveitar o melhor do dia a dia.

Fazer menos significa focar no que é essencial, no que é importante, no que é realmente significativo para nossas vidas.

Foque nos pontos fortes

 

Olá, chegamos à última parte dessa série. Por que tanto foco no foco? Porque a falta de foco é um problema que vem afetando boa parte das pessoas, impedindo que tenham o desempenho de que são capazes. Impede as pessoas de aproveitarem melhor o tempo. A falta de foco provoca perda de energia, perda do que é importante na sua carreira, na sua vida e, finalmente, a falta de foco faz perder muito dinheiro.

Uma grande amiga minha (que vou chamar aqui de Mary) me procurou há algumas semanas. Mary queria que eu fizesse um trabalho com ela. O objetivo era superar suas “lacunas” profissionais e pessoais.

Perguntei: Mary o que você está chamando de lacunas?.Ela começou a listar questões profissionais e pessoais que ela gostaria de melhorar, pois ela achava que eram seus pontos fracos que a impediam de crescer. Depois de escutar aquilo que achava que necessitava melhorar, fiz outra pergunta: Agora me diga em quais pontos você acha que é “poderosa”, que você tem domínio. Ela parou por um tempo (um longo tempo), e demorou para dizer algo. Disse duas ou três coisas, demonstrando certo desconforto. Depois de um tempo, com minha ajuda e observações, conseguimos chegar a quase dez itens.
Mary disse: Aníbal, nunca tinha pensado dessa maneira. Nunca listei os meus pontos fortes.

A história de Mary é mais comum do que você pode imaginar. As pessoas tendem a prestar 10 vezes mais atenção nos seus pontos fracos que nos pontos fortes. Ainda não é o momento para explicar as causas disso, mas posso dizer que há uma forte influência da nossa educação e do nosso medo de errar ou parecer inferior aos outros.

A minha dica de hoje é para você prestar atenção nos seus pontos fortes. Listar os pontos fortes antes de pensar nos pontos fracos. O grande guru da gestão, Peter Drucker, dizia que nós devemos focar nos pontos fortes para tornar os pontos fracos irrelevantes.

Logo, preste atenção no você já sabe, no que você é bom, no que seu desempenho seja o melhor. Foque naquilo que diferencia você dos outros, de tal forma que os pontos fracos se tornem realmente irrelevantes.

Um grande abraço

 

ANÍBALVIEGAS

Professor convidado da Fundação Dom Cabral. Mestre em Criatividade Aplicada pela Universidade de Santiago de Compostela (Espanha), Especialista em Gestão de Negócios pela FGV São Paulo. Graduação em Matemática pela Universidade Católica de Salvador (UCSAL/BA). Certificado em Facilitação do Processo Criativo pela Creative Education Fundation (EUA), em Investigação Apreciativa pela Case Western Reserve University (EUA), em Coach ISOR® e em Lego® Serious Play™ (EUA/Canada/Panamá). Capacitação em Arte-Terapia e em Valores Humanos. Participação há mais de 10 anos do curso Todo Mundo Faz Teatro.

Dicas para Coaching de Equipe

10 atitudes para integrar sua equipe

1 – Faça uma reunião de 15 minutos de feedback por semana (cada um diz um ponto forte e um a melhorar do seu companheiro)

2 – Desenvolvam a Missão da Equipe começando pela seguinte questão: Qual é o significado da nossa equipe?

3 – Semanalmente, leiam um ou dois capítulos de algum livro com um tema escolhido por todos, e discutam a leitura da semana (por 15 minutos) sobre os pontos relevantes para a equipe.

4 – Almoce com sua equipe pelo menos uma vez por quinzena.

5 – Comemore todas as conquistas com a equipe, seja tocando o sino, distribuindo bombons, cantando um jingle ou outro tipo criativo de comemoração

6 – Faça reuniões em ambientes diferentes, ao ar livre, em pé, no café…

7 – Comecem a desenvolver projetos de melhoria juntos. Cada um dá uma ideia e todos desenvolvem cada ideia juntos.

8 – Ofereça ajuda, mesmo que não seja sua função.

9 – Peça ajuda, mesmo que não seja a função do outro.

10 – Agradeça sempre.

 

10 atitudes para implantar na sua Equipe

1 – Peça para cada um listar o que faz – em tópicos, item por item.

2 – Façam uma análise, em conjunto, de cada tópico e verifiquem se não há retrabalho; caso haja, integrem com as funções repetidas.

3 – Façam um manual descritivo de “como” cada tópico é realizado.

4 – Façam uma agenda de “quando” são feitos os tópicos.

5 – Comprometam suas agendas uns com os outros na segunda-feira e, na sexta-feira, confiram entre si se cada tarefa foi cumprida.

6 – Reavaliem trimestralmente seus tópicos.

7 – Façam MUITO brainstorm das possíveis soluções.

8 – Façam análise SWOT da Equipe anualmente.

9 – Usem pautas e atas.

10 – Comemorem.

 

Segredos de Coaching

O que esta meta significa para você?

Como vai conseguir?

Quando vai conseguir?

Tem um plano B?

Como vai saber que alcançou?

 

 

Cristina Gomes

Dicas de Coach

5 dicas para ser um Líder Coach:

1 – Pergunte o que o seu liderado quer ser quando crescer.

2 – Apoie a ideia dele.

3 – Ouça genuinamente os valores dele como, por exemplo: “liberdade” “amizade”, “sucesso”, “dinheiro”. Isso pode significar muita diferença dos seus valores.

4 – Peça dicas do projeto que vocês trabalharão juntos.

5 – Não queira ter a razão sempre! Dê a razão a ele e confie!

 

5 dicas paz fazer autocoaching:

1 – Observe seu estado atual. Como você está se sentindo hoje?

2 – Onde você quer estar daqui 5 anos?

3 – Qual foi o melhor momento da sua vida?

4 – O que você mais valorizou nos melhores momentos da sua vida?

5 – O que você vai fazer de diferente hoje?

 

Segredos de Coaching

O que esta meta significa para você?

Como vai conseguir?

Quando vai conseguir?

Tem um plano B?

Como vai saber que alcançou?

 

 

Cristina Gomes

Culturas

Hoje consigo somar alguns países por onde andei (quase 40), e gosto muito de observar e estudar as culturas pelos lugares que passo.

A lição mais importante que acredito ter aprendido foi “respeitar todas as culturas”, não me fechar apenas na minha, no meu jeito, nas minhas crenças. Acima de tudo, conhecer antes de julgar.

Vou citar alguns pequenos exemplos de culturas e alguns aprendizados que trago comigo:

Quando estive na China, confesso que fui surpreendida pelo acolhimento dos chineses. Aprendi que eles furam fila mesmo, mas só fazem isso se você deixar – a cultura deles é tentar, e se você fizer titubear, eles passam na sua frente mesmo, é a lei da sobrevivência em um país com tantas pessoas. No entanto, se você endurecer o ombro e não os deixar passar na sua frente, eles dão um passo atrás e não tentam novamente.

Aprendi a não implicar mais com as pessoas, tomo minhas atitudes a respeito do que estão me causando em vez de resmungar ou ficar ruminando sobre aquilo.

No Japão, aprendi o que é o ser “submissa” que todos falam. As mulheres realmente são tão submissas, que os maridos não conseguem nem sequer levantar o tom de voz com elas. Elas recebem em dobro o que fazem aos maridos e às pessoas; ou seja, “o equilíbrio traz o equilíbrio”.

Aprendi que devemos tratar as pessoas como gostaríamos de ser tratados e isso tem efeito bumerangue.

Além disso, todos os japoneses são extremamente humildes, uma humildade que vai além de tudo que já conheci. Digamos, ame ao próximo como a ti mesmo.

Na Austrália fiquei impressionada (me impressiono em todos os lugares) com a jovialidade das pessoas. Todos são jovens, tanto no sentido real quanto figurado da palavra – a juventude contagia a todos e, cá entre nós, parece que o portão de pessoas lindas foi aberto lá e todos desceram lá. A jovialidade faz com que as pessoas fiquem bonitas, felizes, independentemente da idade cronológica que tenham. Na Austrália, a idade biológica é a que predomina.

No México, é INCRÍVEL a força de vontade que eles têm. Parece que eles dormem fortes, tomam uma poção de força durante o sono e acordam mais fortes ainda. Em comparação aos preços e aos salários do mundo, os valores do México, para nós brasileiros, é bem baixo. O salário mínimo é bem baixo e a maioria dos funcionários que trabalham nos resorts parece ganhar uma fábula de tanta força de vontade que eles têm para fazer cada dia melhor para nós “visitantes”, apesar do baixo salário.

Aprendi que, independentemente de estar ganhando ou fazendo aquilo que deseja, temos que dar o nosso máximo. Podemos até não chegar aonde queremos, mas certamente podemos passar melhor a etapa.

Uma das últimas e mais recentes experiências que tive foi na Alemanha, onde não conhecia. Estava fazendo um tour pela França e atravessei de Strasbourger para Alemanha, atravessei praticamente a pé e, passando a fronteira França/Alemanha, eles não falavam mais nenhum merci como língua francesa. Fiquei impressionada como, em 5 km mudou tudo – língua, costumes, culinária… tudo! Até eu quase virei alemã de tão forte que é a cultura. Incrível o respeito e a disciplina que eles têm pela própria cultura; eles amam e acreditam naquele país absurdamente (quem dera se nós, brasileiros, amássemos e acreditássemos no Brasil 1/3 da mesma maneira que eles – somente isso que consegui pensar lá a respeito do Brasil).

No mais, eles são fortes, simpáticos, alegres e DISCIPLINADOS, sem serem chatos, consegui observar nos olhos deles o amor à liberdade e a necessidade de mostrar que a Alemanha é livre.

Tendo meu maior valor como liberdade, nem preciso dizer que me apaixonei por esta cultura.

A minha experiência de morar na França não foi diferente do que eu já conhecia da cultura como turista, apenas convivi mais e consegui viver algumas coisas novas como, por exemplo, ir à padaria pela manhã comprar uma baquete sem embalagem e trazer embaixo do braço – nunca acreditei que faria isso. O que me impressiona na cultura da França é a higiene, eles pegam tudo com a mão, colocam nas bolsas sem embalagens e não ficam doentes (não têm virose!). Será que somos além da conta com higiene no Brasil e por isso temos tanta virose?

Outra coisa que observei foi a simplicidade no modo de se vestir – eles são elegantes, sim, mas apenas no inverno, pois colocam aqueles casacos com cachecol (o que deixa qualquer pessoa mais elegante), mas, por baixo, as roupas são simples – eles se vestem para ficar confortáveis e não para impressionar as pessoas.

O que eu não tinha observado como turista (ou melhor, o que eu não tinha observado muito como turista) foi a quantidade de crianças que tem na França. É certo que eles recebem ajuda do governo para criar filhos; se você tem renda menor de 1.000 euros, você recebe um salário por criança, escola e plano de saúde grátis, mas os casais que tive contato tinham de 3 a 4 filhos e não recebiam ajuda do governo porque tinham salários bons. Os franceses realmente gostam de crianças.

Somando esses três pontos, dentre vários que observei, aprendi a ter mais opinião e me importar menos ainda com o que as pessoas pensam de mim.

Podemos pegar um pouco de cada cultura e inserir na nossa cultura, nas nossas crenças. Renovar, diferenciar, transformar, mudar ou ficar do jeito que está. Não precisamos viajar apenas para países diferentes – muitas vezes, a cultura já é diferente na cidade vizinha, e ainda mais no nosso imenso Brasil, com tantas culturas diferentes para explorar.

Eu sei dizer que o melhor lugar do mundo é meu país, minha cidade, minha casa, mas que é muito interessante aprender culturas novas, extrair o que tem de bom, aprender, respeitar e, principalmente, aproveitar. É fascinante.

 

Cristina Gomes

Direto ao ponto

Por ser objetiva, uma das coisas que eu gosto muito do profissionalismo dos europeus é a objetividade.

O sim é sim, o não é não (sem rodeios), o ir é ir, o não ir é não ir.

Dia desses viajando uma longa distância de trem, eu tinha um bilhete onde não marcava assento (coisa rara por aqui), escolhi um assento bem localizado, de repente um senhor parou ao meu lado e me disse que aquele assento era dele e que ele tinha reservado a dias, eu conferi o bilhete dele, era mesmo, saí e me desculpei, ele se sentou sem olhar na minha cara.  Confesso que no primeiro momento me irritei, mas imediatamente vi que é assim, direto ao ponto, não pediu desculpas, não me enrolou e nem fez “a linha simpática”. Ele não precisava ser meu amigo, ele apenas queria o assento dele e ponto! Não demorou nem 30 segundos.

Acredito que ser objetivo cansa menos, o problema está em quem recebe essa objetividade, às vezes julgando e querendo um pouco de confete. Aí lhe pergunto: Pra quê? E ouço dizer que o maior problema do mundo é “tempo” ninguém tem tempo para nada, não é?

As ligações de telefone aqui, no início me assustaram, é mais ou menos assim:

–          Alô, aqui é Cristina da Asas, como vai você?

–          Bem, obrigado

–          ….assunto (objetivo) sobre o motivo da ligação

–          Tchau (as vezes nem tchau)

Por que que acredito que cansa menos? Cansa menos em um feedback, cansa menos em ter que explicar por que vou, por que não vou, por que quero, por que não quero.

Repetindo e, estatisticamente falando, um dos maiores problemas que encontramos atualmente é falta de tempo e comunicação, penso que se fossemos mais objetivos e principalmente aceitássemos a objetividade, isso ia ser amenizado.

Melhor ser objetivo do que dar voltas e não falar nada, melhor aceitar um feedback sem dar voltas, do que se fechar para tal.

Penso que o mais importante na objetividade é não julgamento. O julgamento nos toma tempo e não nos faz aceitar a visão externa de nós, que é a mais importante. Julgamos por que a pessoa falou daquele jeito e cansamos nossa mente com ideias que não valem nada.

Junto com o julgamento existe o ego. Isso é bom? É ! desde que esteja ligado aos nossos valores. Se damos valor aquele julgamento que estamos tendo através do nosso ego, isso é positivo, caso contrário é apenas cansaço para nosso dia a dia.

Uso meu possível julgamento me perguntando: o que a objetividade dessa pessoa vai me causar? Garanto que 99% das minhas respostas foram “me ajudar”. Me ajudar a ser mais rápida, mais simples e esvaziar a sujeira mental, ou seja, vamos direto ao ponto.

 

Cristina Gomes